Mesa-redonda sobre Jornalismo de Celebridades (16/09)

Palestrantes (vide perfil abaixo):
  • Cláudia Croitor - Ego
  • Lele - Te dou um dado
  • Cláudio Uchoa - Revista Caras
  • José Esmeraldo - Revista Contigo
  • Mediadora: Ilana Strozenberg - UFRJ

O jornalismo, por definição, é uma prática que pretende ampliar da forma mais ética e objetiva possível informações que se julguem de interesse público. Em um país em que o número de leitores é baixo e o nível da educação (nas mais distintas classes, incluindo as classes A e B) é insatisfatório, o jornalismo se utiliza de técnicas conhecidas mundialmente para causar impacto na população da forma mais rápida e eficiente possível. Dentro desta lógica, em toda a história do jornalismo são notáveis os jornais e revistas populares, em geral abordando minuciosamente a vida de celebridades. A vida de pessoas famosas é explorada ao extremo. Uma simples ida à padaria torna-se matéria de capa de revista.

Quando falamos de ética na profissão, esses casos são levantados e pergunta-se muito se isso é jornalismo ou se é apenas exploração da vida de celebridades, buscando o lucro. Nesta mesa, serão levantadas questões referentes à forma deste tipo de jornalismo, que hoje possui como maiores representantes as revistas de fofoca e programas televisivos populares, supostamente direcionados às classes “C”, “D” e “E” - tanto pelo baixo custo comercial quanto pela linguagem mais acessível (salvo algumas excessões).

Conforme Muniz Sodré, a função histórica da "coluna social" era a de consagrar a modernização dos estilos de vida das elites. Em termos mais diretos, tratava-se da chegada à coalizão dominante no Brasil de setores ponderáveis da burguesia industrial e mercantil, que depois da Segunda Grande Guerra foi aos poucos tomando o lugar da classe agrário-exportadora. A temperatura ideológica deste gênero, ou seja, aquilo que constituía o "tom" jornalístico da visibilidade social da nova fração de classe no poder, consistia na celebração de sinais exteriores de consumo conspícuo.

Claudia Croitor
Formada em jornalismo pela ECA-USP, trabalhou no Jornal da Tarde (grupo Estado), na Folha de S.Paulo e no Fantástico. Está na Globo.com há quatro anos. Ajudou a criar e editou o site Séries Etc., sobre seriados, e é editora do Ego desdesetembro de 2008. Também tem um blog sobre seriados na Globo.com, o Legendado.