Jornalismo Investigativo (30/9)

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Angelina Nunes
Angelina Silva Nunes, 49 anos, carioca, formada na UFRJ em 1982, ocupa atualmente o cargo de Editor-Assistente da Editoria Rio do Jornal O Globo e é presidente da Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo. Já trabalhou no Jornal O Dia, na TV Manchete e TVE, na Rádio MEC e na produtora Azul Vídeo.

Em 2000, ganhou em equipe o Prêmio Esso Regional Sudeste com a série de matérias "As Quentinhas". Em 2003, recebeu em equipe o Prêmio Embratel, categoria Jornal e Revista, com a série de reportagens "No rastro das propinas". Em 2004, com a série de matérias "Os Homens de Bens", ganhou em equipe o Prêmio Esso de Jornalismo e Prêmio Rey de España. A mesma séria ainda recebeu, em 2005, os prêmios SIP, categoria Periodismo de Profundidad; e IPYS (menção especial) para melhores matérias sobre corrupção na América Latina e Caribe. Em 2007 ganhou, em equipe, o prêmio Vladimir Herzog, com a série "Os brasileiros que ainda vivem na ditadura".


Marcelo Beraba
Atualmente é Diretor da sucursal do Estadão no Rio. Formado em Jornalismo pela ECO/UFRJ, iniciou sua carreira jornalística no jornal "O Globo", em 1971, como repórter de Cidades e de Polícia. Cobriu os grandes atentados terroristas ocorridos na década de 70 no Rio de Janeiro, como as bombas na OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) e ABI (Associação Brasileira de Imprensa). Também foi repórter, chefe de reportagem e diretor da Sucursal da Folha no Rio entre 1984 e 1988. Na capital paulista, foi editor de Cotidiano e diretor de Política e do caderno diário Diretas-Já, em 89, durante a cobertura da primeira eleição direta para presidente da República desde 1961.

Entre 1991 e 1996, foi Secretário de Redação da Folha, responsável pela área de produção. Em 96, voltou para o Rio como diretor-executivo do "Jornal do Brasil", onde ficou até 98, quando voltou para São Paulo como editor executivo do Jornal da TV Globo, apresentado, na época, por Lílian Wite Fibe. Em 99, voltou para o Rio como diretor da Sucursal da Folha, cargo que ocupou até 2004. Até 2007, Beraba foi Ombudsman da Folha de S. Paulo, presidente da Abraji (Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo) e também diretor do Comitê de Liberdade de Expressão e do Comitê Editorial da ANJ (Associação Nacional dos Jornais).

"Não há tempo nas redações, os jornalistas vão virando o 'miolo' do jornal, o cara que tem dificuldades, pois ele não teve uma orientação no começo. É fácil perceber que esses retardatários não se aprofundaram em alguns fundamentos da reportagem"

"É fácil fazer jornalismo com aspas, mas buscar comprovação, documentação e pesquisar é mais difícil".

Jorge Antonio Barros
Começou sua carreira em julho de 1981, com um estágio no JB. Contratado em 1982, até 88 foi um dos principais responsáveis pela cobertura policial do JB. Depois transferiu-se para O Dia, ficando até 1991 na sucursal de São Paulo. Após rápida passagem pela Vinde, uma das primeiras revistas evangélicas de conteúdo informativo, assumiu em 98 o cargo de editor-adjunto do Globo, na editoria Rio. É integrante do Fórum Brasileiro de Segurança Pública e criador do blog Repórter de Crime que hoje integra a página de Ancelmo Gois no Globo Online, onde está sempre entre os títulos mais acessados.

Foi com temas de Cidade que ele venceu duas vezes do Prêmio Esso de Jornalismo: em 1988, com uma reportagem sobre a Rocinha e em 94, com uma investigação sobre policiais que estariam lucrando com a indústria da segurança particular. Também foi escolhido melhor jornalista em 2007 pelo AfroReggae e ganhou a menção especial do Prêmio Tim Lopes de Jornalismo Investigativo. Recebeu o Prêmio Castelo Branco em 1992, por ter denunciado que o adido militar da Embaixada brasileira em Londres teria sido um torturador durante a ditadura.

“Uma das funções de uma ferramenta poderosa dessas [blog] seria difundir informações que ajudam as pessoas a lidar de modo prático com a questão da criminalidade, independentemente se o poder público fizesse ou não a sua parte. Sempre acreditei que o cidadão tem algumas tarefas e uma delas é zelar pela sua segurança pessoal e trocar informações com outras pessoas com o mesmo objetivo. Eu sempre acreditei na força da associação.”(Barros, 2007)

Mediador

Prof. Augusto Gazir

Professor substituto da ECO/UFRJ e mestre em Ciências Sociais pela Universidade de Londres. Foi correspondente no Iraque cobrindo a invasão norte-americana pelo serviço em língua portuguesa (Brasil) da BBC. Foi correspondente da Folha de São Paulo em Brasília e Buenos Aires além de colaborações com diversos veículos. No início dos anos 90 ele participou da criação do Instituto de Estudos e Projetos em Comunicação e Cultura (INDECS). Atua há dois anos como coordenador do Núcleo de Comunicação do Observatório de Favelas. Será o mediador da mesa sobre Jornalismo Investigativo.

Sobre a grande mídia, afirma que
"por mais que ela alimente estereótipos, eu não penso em uma dicotomia. O estereótipo que a grande imprensa faz é fruto do desconhecimento". Defende ainda que ela seja pautada a fim de superar esta "desigualdade simbólica", contribuir para a pluralidade e expor outras visões de mundo com a afirmação de mais uma voz, ter um espaço mais plural de ação argumentativa. E, ao contrário dos que muitos pensam "ela não tem que ser combatida".