Jornalismo e Cidadania Global (29/9)

Muniz Sodré
Possui graduação em Direito pela Universidade Federal da Bahia, mestrado em Sociologia da Informação e Comunicação - Université de Paris IV (Paris-Sorbonne) e doutorado em Letras (Ciência da Literatura) pela Universidade Federal do Rio de Janeiro. É Livre-Docente em Comunicação pela UFRJ. Atualmente é professor titular da Universidade Federal do Rio de Janeiro e Presidente da Fundação Biblioteca Nacional, órgão vinculado ao Ministério da Cultura. Possui cerca de 30 livros publicados nas áreas de Comunicação e Cultura. Entre eles Monopólio da Fala (sobre o discurso na televisão) e Comunicação do Grotesco (sobre programas de TV que exploram escândalos e aberrações). É um dos maiores pesquisadores brasileiros e latino-americanos no campo da Comunicação e do Jornalismo.

“Foi a paixão pela linguagem - idiomas, literatura, análise dos sistemas lingüísticos, retórica, dialética - que me trouxe para o campo da Comunicação. Mas o meu objeto teórico é cultura - tanto a produzida pela mídia - portanto, a indústria cultura, a tecnocultura - quanto aquela que a mídia exclui, isto é, a do povo em sua versão negra. Disto falam os meus livros. Disto tenho falado insistentemente nos congressos, nos seminários, nos cursos, nas entrevistas de jornal, rádio e televisão.” (Sodré, 2001)

Mediadora

Ana Paula Goulart
É formada em jornalismo pela Universidade Federal Fluminense, tendo também cursado história na mesma instituição. Fez mestrado e doutorado em Comunicação e Cultura na Universidade Federal do Rio de Janeiro. É professora adjunta da Escola de Comunicação da Universidade Federal do Rio de Janeiro, onde coordena o curso de jornalismo. Faz parte do corpo docente do Programa de Pós-graduação em Comunicação e é editora da revista "ECO-PÓS".

Foi responsável pela redação do livro "Jornal Nacional: a notícia faz história", é autora do livro "Imprensa e história no Rio de Janeiro dos anos 50" e organizadora, junto com Lúcia Ferreira, do livro Mídia e Memória. Coordena o GT de História do Jornalismo da Rede Alfredo de Carvalho. Suas áreas de interesse e pesquisa são: mídia e memória; história dos meios de comunicação; teoria da linguagem e análise do discurso. Atualmente desenvolve pesquisa intitulada A imprensa carioca nos anos 1960-70: modernização e concentração e coordena o projeto Memória do Jornalismo Brasileiro (clique aqui).

“O ano de 2008 é especial para os pesquisadores da história da mídia no Brasil. As comemorações do bicentenário da imprensa no país estimulam o desenvolvimento de novos trabalhos na área e dão aos já existentes grande visibilidade. [ o maior ganho] talvez seja o fato de criar a oportunidade para o aprofundamento dos debates em torno das questões teóricas e metodológicas.”


Mesa de abertura


Mohammed ElHajji
Jornalista. Estudioso da globalização e suas nuances culturais. Doutor em Comunicação e professor do Programa de Pós-Graduação da Escola de Comunicação da UFRJ. Membro do LECC (Laboratório de Estudos em Comunicação Comunitária) e autor de vários artigos e ensaios sobre a mídia comunitária étnica. Uma parte da pesquisa sobre os grupos étnicos presentes no Brasil e sua mídia comunitária, por ele coordenada, pode ser encontrada no site: www.etni-cidade.net. Autor do livro Da Semiose Ocidental Hegemônica - globalização e convergência.

“Não há Globalização sem localismos, como não é mais possível se ter um local totalmente imune ao processo de globalização. (...) Os localismos, ao mesmo tempo que nutrem a Globalização, se opõem a ela. A Globalização, ao mesmo tempo que difunde um discurso uniformizador, exacerba as diferenças. Porém, politicamente, acredito que nós, da periferia, do Sul, do Terceiro-Mundo, não devemos nos render incondicionalmente ao discurso globalizante. A palavra de ordem nos movimentos contestatórios mundiais hoje, não é contra a globalização, mas sim pregando o que se chama de uma outra Globalização.” (ElHajji, 2003)

Ivana Bentes
Ensaísta brasileira, pesquisadora na área de comunicação e cultura com ênfase nas questões relativas ao papel da comunicação, da produção audiovisual e das novas tecnologias na cultura contemporânea. Doutora em Comunicação pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, onde é professora do Programa de Pós Graduação em Comunicação e Cultura e Diretora da Escola de Comunicação da UFRJ desde 2006.

Autora de Joaquim Pedro de Andrade: a revolução intimista (Ed. Relume Dumará, 1996) e organizadora de Glauber Rocha: Cartas ao Mundo (Companhia das Letras, 1997). É co-editora de Cinemais (revista de cinema e outras questões audiovisuais) e Revista Global (ativismo, política e arte).

"Racismo não é um problema individual, de caráter, um 'acidente'. É um dos fundamentos da desigualdade do Estado, da sociedade brasileira. Pobreza não é um acidente, não é uma exceção, não é um problema individual, é um problema da sociedade." (Bentes, 2006)


Cristina Rego Monteiro da Luz
Doutora em Comunicação e Cultura, com a tese “A pauta jornalística e suas mediações” pela Escola de Comunicação da UFRJ onde se graduou. Jornalista e professora universitária. Atualmente é professora adjunta e coordenadora do Ciclo Básico da ECO/UFRJ. Já trabalhou como repórter especial, apresentadora e produtora de telejornalismo na Rede Bandeirantes de Televisão e foi chefe de redação na Agência Publicitária “A to Z”. Atuou como repórter especial e apresentadora na Rede Manchete de Televisão, e CNT e como chefe da Assessoria de Comunicação Social da Secretaria Municipal de Turismo do Rio de Janeiro.

Ganhou em 1981 o Troféu “Melhor Repórter”, concedido pelo Programa Discoteca do Chacrinha. Já em 1982 foi vencedora do Prêmio “Wladimir Herzog”, com a matéria “Corredores da Justiça”, uma denúncia sobre as condições do sistema penitenciário brasileiro, transmitida em rede nacional pela Bandeirantes. Em 1983 foi considerada a melhor repórter do Carnaval do Rio de Janeiro, pela Rede Bandeirantes de Televisão, ganhando o prêmio cedido por essa emissora. Em 1984 e 1985 também pelas coberturas carnavalescas foi vencedora dos Prêmios Momo de Ouro.